Autismo não é problema
“meramente pediátrico”, diz pesquisador brasileiro.
Alysson Muotri trabalha nos
EUA e tem importantes estudos na área.
Em visita ao Brasil, cientista deu palestra para médicos e pais de autistas.
Em visita ao Brasil, cientista deu palestra para médicos e pais de autistas.
O Biólogo Alysson Moutri, em palestra
para Médicos e pais de autistas.
O biólogo brasileiro Alysson Muotri, que trabalha na
Universidade da Califórnia, em San Diego, EUA, esteve em São Paulo nesta
segunda-feira (26) para dar uma palestra a um grupo formado por pais de
autistas e médicos que tratam pacientes desse tipo. O evento foi promovido pela
associação Autismo e Realidade.
O laboratório de Muotri é especializado nas
pesquisas sobre os transtornos do espectro autista, como é conhecido o conjunto
de condições que provocam sintomas semelhantes, sobretudo a dificuldade no
contato social. Em 2010, a equipe conseguiu, em laboratório, curar um neurônio que tinha a síndrome de Rett, uma das formas de autismo.
Como trabalha em laboratório, sem contato
direto com pacientes, o biólogo aproveita palestras como essa para aprender
sobre o outro lado do autismo. “Eu sempre tentei manter esse contato bem íntimo
com os pais e com os médicos até para me educar, conhecer quais são os sintomas
e os quadros clínicos. Com isso, eu vou pensando em tipos de ensaios celulares
que eu consigo fazer a nível molecular”, disse o pesquisador.
Nos
EUA, a relação com associações filantrópicas é ainda maior. Segundo ele, as
doações que provêm de grupos como esse constituem “uma fonte importante de
renda para a pesquisa”. “O Brasil não tem essa cultura”, contrapôs.
Segundo Muotri, investir na cura do autismo
vale a pena não só pelas melhorias na vida dos pacientes, mas também pelo
retorno econômico em longo prazo. Ele calculou que, ao longo da vida, um
autista custa US$ 3,2 milhões, e ressaltou que cerca de 1% das crianças
norte-americanas têm a disfunção – não há registro estatístico para o Brasil.
“As pessoas se enganam de achar que esse é
um problema meramente pediátrico. As crianças vão crescer, vão ficar adultas e
muitas delas vão ficar dependentes, dependentes de alguém. Nos EUA, a
dependência é do estado”, argumentou o pesquisador, que é colunista do G1.
O autismo
A genética por trás do autismo é complexa. Afinal, não se
trata de uma doença, mas de várias síndromes. “A forma de herança é difícil de
explicar. Não é um gene que passa de pai para filho. São 300 genes, há uma
interação entre eles, se misturam a cada vez que isso é passado para uma
geração”, explicou Muotri.
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mais
Por isso, quando pensa num potencial
medicamento que possa levar à cura do autismo, o pesquisador deixa de lado a
causa genética e prioriza o funcionamento dos neurônios. Nos autistas, a
sinapse – ativação das redes neurais – não funciona da mesma maneira. A
comunicação entre as células nervosas é menor e os transtornos são consequência
disso.
No momento, sua equipe está procurando um
remédio que possa melhorar esse funcionamento. Para isso, estão fazendo testes
com micro-organismos que vivem no fundo do mar, cuja composição química ajuda
na interação com os neurônios. Outra opção são medicamentos feitos no passado
para tratar outras doenças e não funcionaram, mas que podem dar certo nesse
caso; a vantagem é que eles já têm aprovação prévia dos órgãos regulamentadores
dos EUA.
Achar a substância certa é difícil, pois
Muotri definiu o método de procura como “totalmente tentativa e erro”. “O que a
gente chama de drogas candidatas são as que a gente já sabe que atuam na
sinapse, mas elas podem não funcionar. Quanto mais a gente testar, melhor,
aumenta a chance de a gente encontrar alguma coisa”, contou.
O
autismo hoje não tem cura. Porém, em 5% dos casos, quando o diagnóstico é
rápido e a variação é mais branda, as crianças conseguem eliminar a síndrome
com acompanhamento psiquiátrico.
O dia 2 de abril é especial. É o momento
do ano em que diversas pessoas mundo afora param para refletir sobre o autismo,
um conjunto de diversas síndromes que afetam a habilidade de socialização,
linguagem e comportamento humano. Por muito tempo, acreditava-se que pessoas
dentro do espectro autista eram raras, uma minoria. Porém, com um trabalho de
conscientização intensa, familiar e cientistas conseguiram convencer os médicos
e a sociedade de que o autismo não é tão raro assim. Desde então, a prevalência
do autismo tem sido motivo de discussão.
Dados recentes do Centro de Controle e Prevenção de
Doenças (CDC, na sigla em inglês) agora mostram que uma em cada 88 crianças nos
Estados Unidos da América (EUA) são diagnosticadas sem nenhuma preocupação com
autismo.
Os
números representam um aumento de 23% nos casos entre 2006 e 2008 e 78% de
aumento desde 2002. Ainda assim, é possível que o estudo esteja subestimando
números reais. Um estudo publicado ano passado mostrou incidência de autismo de
um em 38 crianças na Coréia do Sul. É provável que os números no Brasil não
sejam muito diferentes dos Estados Unidos, mas ainda não existe um estudo
formal feito no país.
Os dados
novos de CDC, liberados ao público na última quinta-feira (29), mostra que incidência
aumentou entre a população negra e hispânica. A diferença entre sexos é grande,
um em cada 54 é a proporção para os meninos, cinco vezes maior que em meninas.
Sabemos muito pouco de por que o autismo tem um viés masculino. Algumas
hipóteses associam genes duplicados no cromossomo X – do qual as meninas têm
duas cópias – como um fator protetivo.
Parte da
justificativa desse aumento parece estar associada a uma melhora no diagnóstico
e conscientização da população. A idade média de diagnóstico caiu de quatro
anos e meio para quatro anos. Porém, muitos pais detectam o problema bem mais
cedo, o que sugere que o processo de diagnóstico pode melhorar muito ainda.
Uma
contribuição ambiental ainda desconhecida também tem sido apontada como um
fator que justificasse a alta incidência de autismo nos dias de hoje, mas não
existe evidência científica forte o bastante pra apoiar essa ideia. Não importa
se estes fatores justificam ou não por completo os números do CDC; de toda
forma, o aumento é preocupante e sugere um quadro epidêmico. São mais de 1
milhão de crianças afetadas, com um custo anual de US$ 126 bilhões nos Estados
Unidos.
Infelizmente,
por trás de toda essa estatística, estão familiares e pacientes, que se
esforçam todos os dias para lidar com a condição. A preocupação com o futuro
dessas crianças é justificável e a luta para torná-los independentes começa
cedo. Erra quem pensa que isso é um problema das famílias dos pacientes apenas.
Crianças são as maiores riquezas de um país e preservar os cérebros delas é
garantir o futuro competitivo. Ignorar o problema é a pior coisa que um governo
pode fazer. A isenção da iniciativa privada também preocupa. Custos com seguros
saúde vão aumentar drasticamente, afetando a produção daqueles que cuidam de
crianças autistas, por exemplo. Com esse tipo de prevalência na população é
difícil de encontrar quem não seja, direta ou indiretamente, afetado pelo
autismo.
Em tempos
de crise, a história tem mostrado que o incentivo a pesquisa na área é o que,
em geral, leva à solução do problema. Jovens adultos e crianças da atual
geração nunca devem ter ouvido falar de poliomielite ou pólio. Isso porque a
epidemia de pólio, que deixou milhares de crianças e adultos paralisados por
volta de 1910, foi erradicada a partir de iniciativas como a “Corrida contra o
pólio” nos anos 50, que investiu pesado na busca científica da “cura” do
problema. Pólio continua sem cura, mas foi erradicado da maioria dos países
através do financiamento de uma vacina, originada numa polemica pesquisa do médico
Jonas Salk.
O mundo é
formado, em sua maioria, por pessoas conformadas, e por uma minoria de pessoas
que não se conformam. São os conformados que nos trazem conforto nas horas mais
difíceis, que nos ensinam a aceitar as situações como são e agradecer por
aquilo que temos. São os conformados que vão te dizer que o autismo não tem
solução, que não há o que fazer. Mas são os inconformados que transformam nossa
perspectiva e que fazem o mundo melhor.
Acho que
o quadro de autismo atual pede um plano nacional de ataque, a criação de um
centro de excelência em autismo brasileiro, formador de profissionais
qualificados e com pesquisada cientifica de ponta com colaborações
internacionais. Será preciso reunir pais, políticos, terapeutas, médicos e
cientistas inconformados e que estejam dispostos a lutar por dias melhores.
Além do atletismo, Sara
pratica natação e ginástica rítmica. A atividade física já está mudando a vida
da menina.
Atleta autista é destaque na Maratona mirim da
Floresta MANAUS - Com apenas 5 anos, a atleta Sara Silva
mostrou que possui garra e determinação. Ela, que é autista, se destacou na
Maratona mirim da Floreta, prova realizada no último sábado em Manaus.
“Descobrimos a doença quando ela tinha dois anos”.
“Hoje, graças ao esporte, a Sara vem superando
todas as dificuldades”, disse o pai da garota, o Halterofilista Washington
Silva, 34 anos de idade, amazonense que é atual campeão Mundial de supino (270
kg).
Além do atletismo, Sara pratica natação e ginástica
rítmica. A atividade física já está mudando a vida da menina, que vem deixando
para trás a dificuldade de comunicação e de relacionamento com outras crianças
(uma das características do autismo infantil).
“A linguagem do esporte é universal. Quando você
pratica alguma atividade física, sua vida muda para melhor e é isso que vem
acontecendo com minha filha, graças a Deus”, comentou Washington, que aprova a
realização de eventos como a Maratoninha da Floresta.
“O Governo do Amazonas e a Sejel estão de parabéns
por realizarem essa programação para as crianças. Tomara que, em 2013, tenhamos
mais eventos como esse”, encerrou Washington, feliz da vida com o desempenho da
herdeira na prova dos 20 metros.
Parabéns Sara... Mundo Azul Grupo de Pais. O
Brasil Precisa Conhecer o Autismo.
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