02 D E A B R I L

domingo, 18 de maio de 2014

Autismo em Resenha – Mary e Max/BONECOS ANIMADORES


Eu e Luzia, somos duas amigas inseparáveis, moramos uma perto da outra e estávamos loucas pra ver esse filme, porém não passou em Uberaba. Essas semanas o alugaram na segunda, mas não deu tempo de ver, ficamos com ele até ontem de depois da meia noite, arrumamos um tempo e assistimos. Vale apena viver, grandes momentos, centavos e cada real por termos ficado todo esse tempo sem resolver o DVD e por termos ficado acordadas pra assisti-lo. Disso isso, não pelo dinheiro, mas pelo conteúdo bastante inteligente e criativo aos olhos, na perfeição de cada sena e cada detalhe, usado no trabalho de cada personagem. Adorei muuuuuuuuuito.
Ficamos muito felizes com a maneira com que a equipe do filme mostrou, não só o autismo (através da Síndrome de Asperger, autismo de grau mais leve) como diversos distúrbios com cleptomania, depressão, agorafobia e mostra muitos temas de suma importância que não posso contar para não cometer sapoile.
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Um assunto importante que mostra durante quase toda a animação, sobre o bullyingentão aproveito para pedir a todos que passam por aqui para que ensinem seus filhos a conviver com as diferenças do próximo e a tratar todos com respeito. É um assunto a ser conversado em casa, pois assim o bem será espalhado e muitos deixarão se sofre agressões físicas e psicológicas. O post está enorme, porém dividido. Quem tiver interesse em saber sobre a produção (vale a pena ver), confira na íntegra! Quem não quiser leia só, sobre o que fala o filme e aluguem por gentileza.
"Mary e Max" se passam na década de 70, quando a Internet era apenas uma promessa da ficção-científica. A escolha do Diretor Australiano, o senhor Adam Elliot, por situar o filme no passado, não poderia ser diferente, já que um dos temas é o poder da descrição em uma narrativa. E é através dos detalhes que seus personagens contam um para o outro por meio de cartas, escritas à mão ou datilografada, que o longa-metragem se torna tão cativante.
A HISTÓRIA
Primeiro em um plano geral e, depois, em closes de objetos espalhados por Ruas e Casas. Vamos acompanhando o estilo de vida de Monte Waverley, a Cidade Australiana onde vive Mary Daisy Dinkle (quando criança, com a voz de Bethany Whitmore; adulta, com a de Toni Collette). A garota de oito (8) anos de idade quer, acima de tudo, fazer alguma amizade, segundo nos conta o narrador desta história (voz de Barry Humphries).
Ao mesmo tempo em que conhecemos um pouco da vida das pessoas que cercam a Mary, incluindo seus pais, Noel e Vera (voz da Renée Geyer), seus animais de estimação e vizinhos, somos apresentados a peculiar educação que ela recebeu. Mary adorava passar seus dias assistindo ao desenho, Os Noblets na TV.
Enquanto isso, em Nova York, o quarentão solteiro e solitário Max Jerry Horvitz (voz de Philip Seymour Hoffman) também assistia Os Noblets. Pela iniciativa de Mary, que encontra em uma lista de Nova York o nome de Max, os dois vão começar a trocar correspondências, mantendo uma amizade através de cartas pelo tempo e apesar da distância.
PRODUÇÃO: O primeiro recurso lançado por este filme para "fisgar" o seu público é a deliciosa e envolvente trilha sonora de Dale Cornelius. Um grande trabalho do compositor, que imprime o tom exato de lirismo ou de suspense/ação conforme a história de Mary and Max, vai pedindo. Envolvidos no clima proposto por Cornelius, os espectadores são lançados na técnica da "Clayography" (em uma tradução livre, "Argilografia"), termo lançado pelo Diretor e roteirista, o senhor Adam Elliot para definir o seu trabalho.
Utilizando a técnica da animação fundamentada em bonecos e objetos feitos de argila, conhecida também como "stop motion", Elliot consegue um diferencial ao narrar as suas histórias com a preocupação de um trabalho "biográfico" - de aí, surge à palavra "Clayography", uma junção de "Clay" (argila) e "Biography" (biografia).
Os primeiro minutos de Mary and Max evidenciam esta característica do Diretor, que foca, com uma câmera bastante dinâmica, detalhes das vidas dos protagonistas e das pessoas que os cercam. Não é por um acaso, mas de forma muito planejada, que este filme se debruce tanto sobre as realidades muito diversas de uma moradora do subúrbio de Nelbourne e de um residente de Nova York.
Sobre Mary and Max, o senhor Elliot comenta que o filme apresenta muitos momentos sombrios. "Temos dois mundos simultaneamente representados: o mundo Australiano suburbano de Mary, e o mundo urbano de Nova York de Max". O mundo de Mary é representado por uma paleta de cores marrom e o de Max por tons de negro, branco e cinza.
Nos dois mundos usamos vermelhos pontuais para tornar certos objetos mais simbólicos. 
“Eu sempre tento manter a variedade de cores no mínimo; o que garante um estilo visual e age como um ponto de diferença em relação ao “maluco”, “bobo”, “colorido” mundo da maioria dos filmes animados”. O realizador de Mary and Max reforça ainda que este seu novo trabalho se destaca dos demais por ter "movimentos de câmara muito mais dinâmicos" que seus predecessores. 
Esta característica foi resultado do trabalho com o Diretor de fotografia, o senhor Gerald Thompson, "um especialista em controle de qualidade nos movimentos". "Gerald Thompson fez um filme mais potente agora com seus movimentos de câmara muito fluídos e sem costura, com um design de iluminação que torna o mundo muito mais realista do que um filme de animação convencional. Ele aplicou os princípios de ação ao vivo para criar uma estética original", ressalta Elliot. Destacaria ainda o excelente trabalho do Editor, o senhor Bill Murphy que teve um trabalho gigantesco para executar.
Agora, algumas curiosidades sobre esta produção: ela levou aproximadamente cinco (5) anos para ser realizada, contando o movimento em que o roteiro foi escrito. Trata-se da segunda animação feita em stop-motion na história da Austrália. As filmagens foram feitas durante 57 semanas - ou seja, pouco mais de um ano e dois meses -, com uma equipe extraordinária de produção envolvendo 50 pessoas. Elas produziam, em média, por semana, dois minutos e meio de animação. Cada um dos seis animadores envolvidos no projeto produzia, diariamente, quatro (4) segundos de filme - que loucura, não? Um trabalho homérico, de muita dedicação e amor o que faz. Confiram abaixo, a caixa (casa) de Mary.
Mais números: Mary and Max, abriga aproximadamente 132.480 quadros ("Frames") individuais que foram registrados por seis câmeras de alta resolução digitais da Canon. Para o filme, foram produzidos 212 bonecos fitos de uma variedade de polímeros, argila, plásticos e metais. Foram construídos ainda 133 "sets diferenciados" (ou ambientes) para esta produção. Foram também produzidos ainda 475 adereços em miniatura - a máquina Underwood, por exemplo, levou nove (9) semanas para ser projetada e construída. Só com muito amor, podemos realizar um trabalho sério e rendoso a todos nós.
Cinematório
Portal de Cinema
O maravilhoso blog, de onde tirei a maioria das informações: 
Crítica (non) sense da 7arte
O site de onde tirei as imagens dos bonecos: 
ACMI
Site do Grande Adam Elliot: confiram a galeria!

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