Eu e Luzia,
somos duas amigas inseparáveis, moramos uma perto da outra e estávamos loucas
pra ver esse filme, porém não passou em Uberaba. Essas semanas o alugaram na
segunda, mas não deu tempo de ver, ficamos com ele até ontem de depois da meia
noite, arrumamos um tempo e assistimos. Vale apena viver, grandes momentos,
centavos e cada real por termos ficado todo esse tempo sem resolver o DVD e por
termos ficado acordadas pra assisti-lo. Disso isso, não pelo dinheiro, mas pelo
conteúdo bastante inteligente e criativo aos olhos, na perfeição de cada sena e
cada detalhe, usado no trabalho de cada personagem. Adorei muuuuuuuuuito.
Ficamos
muito felizes com a maneira com que a equipe do filme mostrou, não só o autismo
(através da Síndrome de Asperger, autismo de grau mais leve) como diversos distúrbios com cleptomania, depressão, agorafobia e mostra muitos temas de suma
importância que não posso contar para não cometer sapoile.
Continue lendo.
Um assunto importante que mostra durante
quase toda a animação, sobre o bullying, então aproveito para pedir a todos que
passam por aqui para que ensinem seus filhos a conviver com as diferenças do
próximo e a tratar todos com respeito. É um assunto a ser conversado em casa,
pois assim o bem será espalhado e muitos deixarão se sofre agressões físicas e
psicológicas. O post está enorme, porém dividido. Quem tiver interesse em saber
sobre a produção (vale a pena ver), confira na íntegra! Quem não quiser leia
só, sobre o que fala o filme e aluguem por gentileza.
"Mary e Max" se
passam na década de 70, quando a Internet era apenas uma promessa da
ficção-científica. A escolha do Diretor Australiano, o senhor Adam Elliot, por
situar o filme no passado, não poderia ser diferente, já que um dos temas é o
poder da descrição em uma narrativa. E é através dos detalhes que seus
personagens contam um para o outro por meio de cartas, escritas à mão ou
datilografada, que o longa-metragem se torna tão cativante.
A HISTÓRIA
Primeiro em um
plano geral e, depois, em closes de objetos espalhados por Ruas e Casas. Vamos
acompanhando o estilo de vida de Monte Waverley, a Cidade Australiana onde vive
Mary Daisy Dinkle (quando criança, com a voz de Bethany Whitmore; adulta, com a
de Toni Collette). A garota de oito (8) anos de idade quer, acima de tudo, fazer
alguma amizade, segundo nos conta o narrador desta história (voz de Barry
Humphries).
Ao mesmo tempo em
que conhecemos um pouco da vida das pessoas que cercam a Mary, incluindo seus
pais, Noel e Vera (voz da Renée Geyer), seus animais de estimação e vizinhos,
somos apresentados a peculiar educação que ela recebeu. Mary adorava passar
seus dias assistindo ao desenho, Os Noblets na TV.
Enquanto isso, em Nova York, o quarentão
solteiro e solitário Max Jerry Horvitz (voz de Philip Seymour Hoffman) também
assistia Os Noblets. Pela iniciativa de Mary, que encontra em uma lista de Nova
York o nome de Max, os dois vão começar a trocar correspondências, mantendo uma
amizade através de cartas pelo tempo e apesar da distância.
PRODUÇÃO:
O primeiro recurso lançado por este filme para "fisgar" o seu público
é a deliciosa e envolvente trilha sonora de Dale Cornelius. Um grande trabalho
do compositor, que imprime o tom exato de lirismo ou de suspense/ação conforme
a história de Mary and Max, vai pedindo. Envolvidos no clima proposto por
Cornelius, os espectadores são lançados na técnica da "Clayography"
(em uma tradução livre, "Argilografia"), termo lançado pelo Diretor e
roteirista, o senhor Adam Elliot para definir o seu trabalho.
Utilizando a
técnica da animação fundamentada em bonecos e objetos feitos de argila,
conhecida também como "stop motion", Elliot consegue um diferencial
ao narrar as suas histórias com a preocupação de um trabalho
"biográfico" - de aí, surge à palavra "Clayography", uma
junção de "Clay" (argila) e "Biography" (biografia).
Os primeiro minutos de Mary and Max
evidenciam esta característica do Diretor, que foca, com uma câmera bastante
dinâmica, detalhes das vidas dos protagonistas e das pessoas que os cercam. Não
é por um acaso, mas de forma muito planejada, que este filme se debruce tanto
sobre as realidades muito diversas de uma moradora do subúrbio de Nelbourne e
de um residente de Nova York.
Sobre Mary and Max, o senhor Elliot
comenta que o filme apresenta muitos momentos sombrios. "Temos dois mundos
simultaneamente representados: o mundo Australiano suburbano de Mary, e o mundo
urbano de Nova York de Max". O mundo de Mary é representado por uma paleta de cores marrom e o de Max por tons de negro, branco e cinza.
Nos dois mundos usamos
vermelhos pontuais para tornar certos objetos mais simbólicos.
“Eu sempre tento
manter a variedade de cores no mínimo; o que garante um estilo visual e age
como um ponto de diferença em relação ao “maluco”, “bobo”, “colorido” mundo da
maioria dos filmes animados”. O realizador de Mary and Max reforça ainda que
este seu novo trabalho se destaca dos demais por ter "movimentos de câmara
muito mais dinâmicos" que seus predecessores.
Esta característica foi resultado do
trabalho com o Diretor de fotografia, o senhor Gerald Thompson, "um
especialista em controle de qualidade nos movimentos". "Gerald
Thompson fez um filme mais potente agora com seus movimentos de câmara muito
fluídos e sem costura, com um design de iluminação que torna o mundo muito mais
realista do que um filme de animação convencional. Ele aplicou os princípios de
ação ao vivo para criar uma estética original", ressalta Elliot.
Destacaria ainda o excelente trabalho do Editor, o senhor Bill Murphy que teve
um trabalho gigantesco para executar.
Agora, algumas curiosidades sobre esta
produção: ela levou aproximadamente cinco (5) anos para ser realizada, contando
o movimento em que o roteiro foi escrito. Trata-se da segunda animação feita em
stop-motion na história da Austrália. As filmagens foram feitas durante 57
semanas - ou seja, pouco mais de um ano e dois meses -, com uma equipe
extraordinária de produção envolvendo 50 pessoas. Elas produziam, em média, por
semana, dois minutos e meio de animação. Cada um dos seis animadores envolvidos
no projeto produzia, diariamente, quatro (4) segundos de filme - que loucura,
não? Um trabalho homérico, de muita dedicação e amor o que faz. Confiram
abaixo, a caixa (casa) de Mary.
Mais números: Mary and Max, abriga
aproximadamente 132.480 quadros ("Frames") individuais que foram
registrados por seis câmeras de alta resolução digitais da Canon. Para o filme,
foram produzidos 212 bonecos fitos de uma variedade de polímeros, argila,
plásticos e metais. Foram construídos ainda 133 "sets diferenciados"
(ou ambientes) para esta produção. Foram também produzidos ainda 475 adereços
em miniatura - a máquina Underwood, por exemplo, levou nove (9) semanas para
ser projetada e construída. Só com muito amor, podemos realizar um trabalho
sério e rendoso a todos nós.
Cinematório
Portal de Cinema
O maravilhoso blog, de onde tirei a maioria das informações: Crítica (non) sense da 7arte
O site de onde tirei as imagens dos bonecos: ACMI
Site do Grande Adam Elliot: confiram a galeria!
Portal de Cinema
O maravilhoso blog, de onde tirei a maioria das informações: Crítica (non) sense da 7arte
O site de onde tirei as imagens dos bonecos: ACMI
Site do Grande Adam Elliot: confiram a galeria!
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