CONGRESSO INTERNACIONAL
esteja alerta
Projeto de Lei nº 021/2012, de minha autoria instituindo a data de 02 de Abril, como o Dia de conscientização sobre Autismo.
Projeto de Lei de minha autoria, protocolado quarta-feira (22/2012) sob o nº 021/2012, objetiva designar no Calendário Oficial de Eventos do Município de Ponta Grossa o Dia Municipal de Conscientização do Autismo, a ser comemorada anualmente, dia 02 de Abril.
No Brasil é preciso alertar, sobretudo, as autoridades e governantes para criação de políticas de saúde pública para o tratamento e diagnóstico do autismo, além de apoiar e subsidiar pesquisas na área. Somente o diagnóstico precoce, e consequentemente iniciar uma intervenção prematura, pode oferecer mais qualidade de vida às pessoas com autismo, para termos ideia da dimensão dessa realidade no Brasil.
Muitos são os mitos em referência ao autismo, portanto este projeto visa a divulgação e a conscientização em relação a este distúrbio para a população. Sendo de tal importância para os municípios.
O autismo atinge quase dois (02) milhões ou mais de Brasileiros. Em crianças, o autismo é mais comum que o câncer, AIDS e o diabetes. No mundo, a ONU estima que existam mais de setenta (70) milhões de pessoas com a Síndrome de autismo.
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Incluindo autista na Ciência
Por Alysson Muotri
Quando se fala em indivíduo autistas, a maioria imagina pessoas isoladas socialmente, com dificuldade em comunicação e envolvidas em comportamentos repetitivos e estereotipados. De fato, para ser considerado dentro do espectro autista, basta apresentar sintomas relacionados a essas características. Porém, essa definição é restrita, rasa, e não reflete a condição autista em sua totalidade. O lado positivo do autista é pouco lembrado, o que contribui para problemas de inclusão social.
Indivíduo autistas são extremamente focados e conseguem se dedicar a uma atividade específica por muito tempo. Em geral, essa dedicação vem acompanhada de uma atenção aos detalhes, sensibilidade ao ambiente e capacidade de raciocínio acima do normal, o que colocaria essas pessoas em vantagem em determinadas situações. Uma dessas situações está presente justamente em alguns aspectos do processo científicos.
A Ciência não vive apenas de criatividade e pensamento abstrato. Na grande verdade, a maioria dos cientistas segue uma carreira metódica, racional, com incrementos sequenciais no processo de descoberta científica. Esse trabalho exige atenção e dedicação acima do normal, por isso mesmo, cientistas acabam sendo "selecionados" para esse tipo de atividade. O momento de "eureca" é extremamente raro na ciência.
Da mesma forma, são raros os casos de autistas superdotados (Com mais inteligência), com capacidades extraordinárias. Esse tipo de característica, retrata no filme RainMan, acaba ajudando esses indivíduos a se estabelecerem de forma independente. É o caso de Stephen Wiltshire que vive de sua arte porque consegue desenhar em três dimensões uma cidade inteira após sobrevoa´r-la de helicóptero uma única vez. Mas, e no caso dos outros indivíduos, que não necessariamente possuem uma habilidade tão evidente? Será... Que poderíamos incorporá-los em alguma outra atividade aonde suas características sejam de grande vantagem?
Indivíduos autistas usam o cérebro de forma diferente. Regiões do cérebro relacionadas ao processo visual, em geral, bem mais acentuadas. Por isso mesmo autista, conseguem perceber variações em padrões repetidos mais rapidamente e com mais precisão do que pessoas "normais", ou fora do espectro autista. Autista também superam não autistas em detectar variações em frequências sonoras, visualização de estruturas complexas e manipulação mental de objetos tridimensionais.
Retardo intelectual é, quase sempre, relacionado ao autismo. Mas, vale lembrar que a maioria dos testes utiliza linguagem verbal, o que coloca os autistas em desvantagem. Esse tipo de abordagem merece uma revisão mais criteriosa. Aposto na certeza, que se refizéssemos algumas dessas pesquisas os resultados seriam diferentes e contribuiriam para a redução de preconceito. Muitos autistas poderiam ser aproveitados pela academia.
Desde cedo, esses indivíduos demonstram profundo interesse em informações, números, geografia, dados, enfim, tudo que é necessário para a formação de um pensamento científico. Além disso, possuem capacidade auto didática e podem se tomar especialistas em determinada área - ambas as características são importantes no cientista. Algumas das vantagens intelectuais (e mesmo pessoais) de indivíduos autistas acabam sendo atraente em laboratórios científicos. Não me interprete mal, não estou sugerindo o uso de autistas como objeto de estudo (o que já acontece e é útil também), mas como agentes da descoberta cientificam.
Tenho certeza absoluta de que poderíamos incluir cientistas autistas no contexto de descoberta cientifica atual e explorar esse tipo de inteligência. Um exmplo disso é o laboratório do Doutor Laurent Mottron, que trabalha com a cientista-autista, Doutora Michelle Dawson faz sete (07) anos. O Dr. Lourent descreveu recentemente sua experiência empregando cientistas autistas na última edição da Revista Nature. Michelle tem a capacidade de manusear mentalmente um número enorme de dados ao mesmo tempo e ela faz isso naturalmente.
E enquanto não conseguimos nem lembrar o que vestimos ontem, autistas como Michelle nos surpreende com uma memória impecável. Ela recorda todos os dados gerados do laboratório e tem papel fundamental no desenho de experimentos de outros cientistas. Juntos, Laurent e Michelle já assinaram mais de 14 trabalhos juntos.
Outros exemplo clássicos é Temple Grandin, autista que obteve seu PhD em veterinária e, usando seu raciocínio visual, desenvolveu novos protocolos para redução de estresse em animais para o consumo de carne. Grandin é atualmente Professora da Universidade Estadual do Colorado, nos Estados Unidos da América (EUA).
Acredito que autistas podem dar uma construção excepcional para o mundo se conseguir colocá-los no ambiente ideal. é um desafio social, mas que começa com a conscientização da condição autista. Organizações Internacionais já existem com a finalidade de auxiliar autistas a se encaixarem no grande mercado de trabalho. Exemplo são as firmas Aspiritech, nos EUA, e Specialisterne, na Holanda. Com o tempo, outros lugares vão perceber que a mão-de-obra autista é extremamente especializada e começarão a explorar esse nicho.
Obviamente o autismo traz limitações, como o entrosamento social, problemas motores e a dificuldade de comunicação. Com isso, eles não vão conseguir se adaptar facilmente a trabalhos que envolvam comunicação social intensa. Em casos mais graves, muito provavelmente, vão depender da sociedade por toda a vida. Ignorar essas limitações é tão prejudicial quanto ignorar as vantagens que o autismo pode oferecer nos casos mais leves. Talvez o maior reflexo de uma sociedade avançada esteja em como ela acomoda suas minorias. Enquanto as oportunidades terapêuticas para o autismo não chegam, acredito que o que esses indivíduos mais precisam agora seja respeito, inclusão e, acima de tudo, oportunidades.
LINKS
ABRA – Associação Brasileira de Autismo
AMA – Associação de Amigos do Autismo. Portugual
AMA – Associação de Amigos do Autista
AMA Bahia
AMA Ribeirão Preto
AMA Santos
AMA-MG – ASSOCIAÇÃO DE AMIGOS DO AUTISTA DE MINAS GERAIS
Amigos do Autista – Amazonas
Anjos de Barro
ARTE AUTISMO
Associação CRADD – Centro de Referência e Apoio às Desordens do Desenvolvimento
Associação de Profissionais e Amigos de Autistas e de Crianças com Distúrbios de Aprendizagem de Taubaté
Associação dos Amigos da Criança Autista -AUMA
Associação Mão Amiga
Atividades
Autimismo
AUTISMO E OTIMISMO
Autismo Infantil
AUTISMO NO AMAZONAS
Autismo no Brasil
Autismo-br
AUTISTA NO LAR
CAMINHOS DO AUTISMO
CANAL DO AUTISMO
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CEDAP Brasil
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Ciência Hoje
CRADD – CENTRO DE REFERÊNCIA E APOIO ÀS DESORDENS DO DESENVOLVIMENTO
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Inclusão e diversidade
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Revista Autismo
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Biólogo
molecular e colunista do G1 Alysson Muotri e cientistas brasileiros conseguiram
transformar neurônios de portadores de um tipo de autismo conhecido como
Síndrome de Rett em células saudáveis. Trabalhando nos Estados Unidos, os
pesquisadores mostraram, pela primeira vez, que é possível reverter os efeitos
da doença no nível neuronal, porém os remédios testados no experimento,
realizado em laboratório, ainda não podem ser usados em pessoas com segurança.
Muotri,
pós-doutor em neurociência e células-tronco no Instituto Salk de Pesquisas
Biológicas (EUA) e professor da Faculdade de Medicina da Universidade da
Califórnia em San Diego, trabalhou com os também brasileiros Cassiano Carro meu
e Carol Marchetto. O estudo saiu na edição de sexta-feira (12) da revista
científica internacional “Cell”.
Para
analisar diferenças entre os neurônios, a equipe fez uma biópsia de pele de
pacientes autistas e de pessoas sem a condição. Depois, reprogramou as células
da pele em células de pluripotência induzida (iPS) – idênticas às
células-tronco embrionárias, mas não extraídas de embriões. “Pluripotência” é a
capacidade de toda célula-tronco de se especializar, ou diferenciar, em
qualquer célula do corpo.
A
reprogramação genética de células adultas é feita por meio da introdução de
genes. Eles funcionam como um software que reformata as células, deixando-as
como se fossem de um embrião. Assim, as iPS também podem dar origem a células
de todos os tipos, o que inclui neurônios.
Como os
genomas dessas iPS vieram tanto de portadores de autismo como de não
portadores, no final o trio de cientistas obteve neurônios autistas e neurônios
saudáveis.
Comparação,
conserto e limitações. Comparando os dois tipos, o grupo verificou que o núcleo
dos neurônios autistas e o número de “espinhas”, as ramificações que atuam nas
sinapses – contato entre neurônios, onde ocorre a transmissão de impulsos
nervosos de uma célula para outra – é menor.
Identificados
os defeitos, o trio experimentou duas drogas para “consertar” os neurônios
autistas: fator de crescimento insulínico tipo 1 (IGF-1, na sigla em inglês) e
gentamicina. Tanto com uma substância quanto com a outra, os neurônios autistas
passaram a se comportar como se fossem normais.
“É
possível reverter neurônios autistas para um estado normal, ou seja, o estado
autista não é permanente”, diz Muotri, que escreve no blog Espiral. “Isso é
fantástico, traz a esperança de que a cura é possível. Além disso, ao usamos
neurônios semelhantes aos embrionários, mostramos que dá para fazer isso antes
de os sintomas aparecerem.”
Os
resultados promissores, porém, configuram o que é chamado no meio científico de
“prova de princípio”. “Mostramos que a síndrome pode ser revertida. Mas
reverter um cérebro inteiro, já formado, vai com certeza ser bem mais complexo
do que fazer isso com neurônios numa placa de petri [recipiente usado em
laboratório para o cultivo de micro-organismos]”, explica o pesquisador.
Entre as
barreiras que impedem a aplicação prática imediata da descoberta está à incapacidade
do IGF-1 de chegar ao alvo. “O fator, quando administrado via oral ou pela
veia, acaba indo muito pouco ao cérebro. Existe uma barreira [hematocefálica]
que protege o cérebro, filtrando ingredientes essenciais e evitando um ataque
viral, por exemplo. O IGF-1 é uma molécula grande, que acaba sendo filtrada por
essa barreira”, afirma Muotri. “Temos de alterar quimicamente o IGF-1 para
deixá-lo mais penetrante.” Além disso, tanto o fator quanto a gentamicina são
drogas não específicas, portanto causariam efeitos colaterais tóxicos se
aplicadas em tratamentos com humanos.
“É
possível reverter neurônio autista para um estado normal, ou seja, o estado
autista não é permanente”, diz Alysson Muotri. (Foto: cortesia UC San Diego)
Síndro mede Rett O foco do estudo foi à chamada Síndrome de Rett, uma doença
neurológica que faz parte do leque dos autismos. “Leque” porque o autismo não é
uma doença única, mas um grupo de diversas enfermidades que têm em comuns duas
características bastante conhecidas: deficiências no contato social e
comportamento repetitivo.
No caso
dos portadores de Rett, há um desenvolvimento normal até algo em torno de seis
meses a um ano e meio de idade. Mas então começa uma regressão. Além das
características autistas típicas, neste caso bem acentuado, eles vão perdendo
coordenação motora e rigidez muscular.
Essa
síndrome foi escolhida para o trabalho de Muotri, Carromeu e Marchetto porque
tem uma causa genética clara – mutações no gene MECP2 – e porque afeta os
neurônios de forma mais acentuada, facilitando comparações e verificações de
reversão.
“Talvez a
implicação mais importante desse nosso trabalho é o fato de que os neurônios
derivados de pessoas com autismo mostraram alterações independentemente de
outros fatores. Isso indica que o defeito foi autônomo. Por isso, esse dado
deve contribuir para reduzir o estigma associado a doenças mentais”, comemora
Muotri. “Você não fica autista porque sua mãe não te deu o amor necessário ou
porque seus pais foram ruins.”
Utilidade
das iPS Lygia da Veiga Pereira, doutora em Ciências Biomédicas e chefe do
Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias (LaNCE) da USP, saudou a
pesquisa: “É mais um trabalho que mostra a enorme utilidade das células iPS,
não como fonte de tecido para terapia celular, mas como modelo para pesquisa
básica, para entender os mecanismos moleculares por trás de diferentes doenças
que tenham forte base genética.”
Lygia faz
uma ressalva sobre as características muito específicas da Síndrome de Rett.
Como a disfunção é exclusivamente associada a uma mutação genética, ficam de
fora os fatores ambientais que desencadeiam o autismo.
Ainda
segundo a especialista, os resultados obtidos por Muotri também realçam “o que
brasileiros podem fazer trabalhando com infraestrutura e agilidade para
conseguir reagentes, por exemplo, e interagindo com uma comunidade científica
de grande massa crítica”.
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