02 D E A B R I L

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Andando nas pontas dos pés.

TRANSTORNOS INVASIVOS DO DESENVOLVIMENTO

Quadros em que crianças com autismo, marcham nas pontas dos pés, que são relativamente frequentes e podem ser causadas por múltiplos fatores, tais como alterações de comportamento, mudanças no processamento sensorial e modificações no tônus (É uma contração contínua, passiva e parcial dos músculos. Os músculos ficam em constante prontidão para ser ativado a qualquer hora), muscular da região da panturrilha.
Uma equipe interdisciplinar, composta de especialistas de várias áreas, que tenham experiência em transtorno do espectro autista, saberá diferenciar se a marcha nas pontas dos pés é fruto de alguma doença provocada por paralisia cerebral ou apenas uma atitude proveniente de uma alteração no comportamento e/ou no processamento sensorial da criança.
Os autistas “puros”, ou seja, aqueles que não têm morbidades (doenças que ocorrem junto com a deficiência), em geral não apresentam alterações de tônus muscular. Em quadros assim, é contraindicada a prescrição de algum tipo de órtese suropodálica para posicionamento dos pés (as chamadas goteiras corretivas).
O esperado é que em algum momento a criança desça das pontas dos pés (ao sentar-se ou deitar-se, por exemplo), o que naturalmente irá alongando a musculatura da panturrilha, contribuindo para preservar a amplitude do movimento.
A prescrição de órteses, nesses casos, precisa levar em conta que seu uso pode desencadear outras alterações de comportamento – a criança pode vir, por exemplo, a se negar a andar sem a órtese. Nos raros casos em que o uso da goteira é indicado, a orientação interdisciplinar dirigida aos pais deve destacar aspectos como a apresentação adequada do equipamento à criança, seu tempo de uso e de descanso e, sobretudo, a previsão de sua retirada definitiva.
Quando o autista permanece o tempo todo nas pontas dos pés -- o que pode levar a lesões e contraturas musculares sérias nas panturrilhas --, recomenda-se aos pais e/ou cuidadores que tratem o local com massagens, bolsa de água quente e manobras de alongamento, a fim de aliviar a tensão.
Fonte: SCHWARTZMAN, JS, ARAUJO, CA. Transtorno do espectro do autismo. São Paulo: Memnon, 2011.

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