02 D E A B R I L

sábado, 28 de maio de 2016

TALENTOS MIRINS

PARA OS AUTISTAS ESCUTAREM, TODOS OS DIAS DAS MANHÃES
O poder da música!
Eu e Luiza temos lido a respeito de muitos autistas que evoluíram através da música Eruditas e outras. Quando Lu era bebezinho a gente fazia ele dormir cantando e balançando ele no colo e ele ficava calminho… tempos depois, mesmo antes dele falar, percebemos que ele tinha sons em sua memória. Falávamos “Oh Tricolor…” e ele completava “hm hm hm hm” que equivalia a “ô ô ô ô” do hino do São Paulo, na parte certinha da música.
Mais tarde, quando ele começou a falar, a gente cantava “Numa folha qualquer, eu desenho um sol…” e ele completava “agarelo” (ele trocava o “m” pelo “g”) e a gente se emocionava. Quando ele cantou a primeira música, choramos… era uma língua que só a gente entendia, mas o ritmo era correto! Isso é realmente maravilhoso, conviver, vivendo momentos de aprender e compreender o Autista. 
Resolvi pesquisar o porquê de a música fazer tão bem aos autista. O tratamento do autismo não se limita a só um tipo de terapia. Deve ser multidisciplinar e quanto mais cedo a criança for adequadamente tratada, melhor qualidade de vida ela terá.
Como a Musicoterapia utiliza a música, os sons, os instrumentos musicais e outros componentes sonoro-musicais dispensando o uso da fala, torna-se a primeira técnica de aproximação e a música funciona como um canal de comunicação (interação paciente-terapeuta)
O processo musico terapêutico desenvolvido com esses pacientes tem por objetivo minimizar o isolamento e/ou as fixações e estereotipias típicas da patologia, estimulando a interação lúdica através do fazer musical. Possui como objetivo principal “abrir um canal de comunicação” com a criança quer seja através do olhar, do toque (nos instrumentos) ou da escuta (percepção dos estímulos sonoros).
Neste momento também se oportuniza a possibilidade de canalizar estereotipias e/ou comportamentos inadequados, utilizando os instrumentos sonoro-musicais para re-significar ações e/ou condutas. Não se trata de inibir as estereotipias e/ou fixações, mas de canalizá-las para a auto expressão, através dos diferentes tipos de interação.
As interações podem ocorrer de diversas formas e em diversos âmbitos: interações com o instrumental, tendo o instrumento como objeto intermediário de uma relação, quer seja com o musico terapeuta e/ou com seus pares; interação com o som/música, quer através de melodias ou ritmos conhecidos, quer através de sons novos ao seu universo sonoro, buscando oportunizar a percepção de novas fontes sonoras; interação com o lúdico.
Ouvir uma melodia, pode ser um remédio (Um bálsamo) tão eficaz, quanto as fórmulas vendidas “enganosamente, por maus profissionais, nas Farmácias Alopatas. As músicas eruditas de uma forma geral, faz um bem muito do bem-estar e ainda auxilia no tratamento de muitas doenças de uma certa maneira – da asma ao câncer, passando por lesões cerebrais. Tudo cientificamente comprovado.
“A música de um modo em geral, sendo geral, em sintonias com a tranquilidade, atinge em cheio o sistema límbico, região do nosso cérebro responsável pelas nossas emoções, pelas motivações e pela afetividade”, explica a grandiosa pesquisadora e estudiosa, a senhora Maristela Smith, Coordenadora da Clínica de Musicoterapia das Faculdades Metropolitanas Unidas (Uni-FMU), em São Paulo. Esse é o ponto chave da musicoterapia: um método que usa o passado sonoro para tratar males do tipo, que acabamos de citar. 
Nos autistas, a música não verbalizada é decodificada no hemisfério direito do cérebro (subjetivo e emotivo). Ela se move até o hipotálamo, e passa para o córtex (responsável pelos estímulos motores e do intelecto). Os sons verbais, no entanto, não “funcionam” dessa forma porque são registrados no hemisfério esquerdo, na região cortical (analítica e lógica) diretamente do aparelho auditivo.
Em resumo, no autista, a música atinge em primeiro lugar a emoção para depois passar para reações físicas, como o batucar, por exemplo, nas pessoas normais. Dessa forma, o autista consegue interagir com o terapeuta. Pacientes que sofreram lesão do lado direito do cérebro, podem ter a percepção melódica comprometida. O tratamento com musicoterapia, nesse caso, utiliza estímulos sonoros nas adjacências da área lesada, que criará novas conexões cerebrais.
Participar de uma experiência musical provoca uma série de processos neurofisiológicos e psicológicos identificáveis e desenvolve atitudes motoras, perceptivas e cognitivas que ativam processos afetivos e socialização. Abaixo vocês podem ver o resumo descritivo de cada tipo de experiência.
Experiências sensoriais: ouvir, discriminar e reconhecer sons e/ou música
Experiências motoras: executar instrumentos, mover-se através da música
Experiências emocionais: expressar estados de ânimo e/ou sentimentos
Experiências cognitivas: atenção, concentração, memória, análise e síntese
Experiências sociais: participar de atividades musicais coletivas com relação a produção sonoro-musical de outras pessoas
Alguns pesquisadores mencionam que a musicoterapia em crianças autistas pode:
Romper os padrões de isolamento e abandono social e contribuir para o desenvolvimento sócio emocional: ao invés de ameaçador, o som e o contato com o instrumento podem fascinar o autista e ser o intermédio entre o paciente e o terapeuta. O autista percebe que o instrumento precisa de uma pessoa para o executar e a barreira pode ser rompida. Pode ser um processo demorado, mas depois disso, a música pode ser a chave para a evolução do autista como por exemplo ser uma forma afetiva de ensinar comportamentos adequados.
Facilitar a comunicação verbal e não-verbal: a terapia musical pode facilitar o desejo de comunicação. O autista pode perceber mais facilmente as notas musicais que a comunicação verbal. Utilizar um instrumento de sopro é uma forma equivalente a aprender a vocalizar: ajuda a utilizar lábios, boca, mandíbula e dentes. O uso de padrões melódicos e ritmos fortes também são benéficos para manter a atenção e compreensão da linguagem falada.
Reduzir os comportamentos consequentes de problemas de percepção e funcionamento motor: O autista tem dificuldade de expressar estímulos sensoriais e isso pode ser melhorado através de atividades rítmicas e musicais.
Facilitar a auto expressão e promover satisfação emocional: a música pode desenvolver a curiosidade e interesse para a criança explorar os estímulos. Pessoas que estão espectro autista têm comportamentos musicais e esse é um dos indicativos para fazer ela sair do “seu mundo”. (Exemplo: de comportamentos: repetição de canções, atração por certos sons, timbres ou fontes sonoras). As atividades propostas são:
Canto: fonte de segurança emocional e estabilidade, estímulo de várias áreas, é uma via para a comunicação oral;
Instrumento musical: comportamento tangível, pode começar com um nível simples e evoluir para níveis complexos, estimula a liberação de emoções, dá para a criança uma sensação de vitória. Aumenta a coesão de grupo, habilidades sociais, atenção, melhora a coordenação motora fina e grossa, coordenação olho mão, percepção auditiva, visual, tátil e regride o comportamento inadequado;
Movimento com a música: atividade motora grossa rítmica, locomoção básica, movimentos psicomotores livres e estruturados, dança, movimentos criativos combinados com canto ou instrumentos musicais.
O compositor e prodigioso pianista Franz Liszt disse: “Considerai a arte, não como um meio de satisfazer ambições egoístas, ou de alcançar uma celebridade estéril, mas como uma forma que une e sustenta a humanidade”. Acompanhando o progresso da humanidade, sempre esteve presente a ciência da arte musical, um dos fatores de grande importância na formação da personalidade do indivíduo é a sua cultura musical. Não apenas porque desperta a criatividade, mas porque enriquece e desenvolve as faculdades humanas de um modo geral.
A música contribui e apela para o desenvolvimento da sensibilidade, inteligência, perseverança, amor, criatividade, memorização, vontade, autoestima, autodisciplina, improvisação e muito mais… Proporcionando alegria ao compositor, ao executante e ao ouvinte. Por todas essas razões, a música é um fator cultural extremamente necessário para o ser humano. Gregos, árabes, hebreus, hindus, chineses e outros povos da antiguidade possuem inúmeros documentos referindo-se ao poder terapêutico da música.
A musicoterapia é aplicável ainda em várias situações clínicas com certas adaptações, pois atua fundamentalmente como técnica psicológica, ou seja, reside na modificação dos problemas emocionais, atitudes, energia dinâmica psíquica, que será o esforço para modificar qualquer patologia física ou psíquica. Pode ser também coadjuvante de outras técnicas terapêuticas, abrindo canais de comunicação para que estas possam atuar eficazmente.
É inegável, o avanço e a enorme contribuição que a música tem na busca de encontrar formas mais eficientes, menos tóxicas e invasivas de curar e promover o bem-estar.
O futuro é promissor, com maiores informações e conhecimentos sobre o impacto que a música exerce no nosso cérebro, humor e saúde, eventualmente poderemos criar uma seleção personalizada que nos beneficie, aliando nossa saúde e bem-estar ao prazer, à conexão com a beleza de viver que a arte da boa música já nos traz.
VEJA OS VÍDEOS
Tsung Tsung Amazing Piano Prodigy Grade5 Piano (5Age) - Flood Tim
Menina autista de 5 anos cria pinturas impressionantes
Essa é a história da inglesa Iris Grace, de apenas 5 anos que foi diagnosticada quando tinha um ano de idade com autismo (um distúrbio neurológico que pode prejudicar a capacidade das pessoas de interagirem socialmente). Mesmo sem ter aprendido a falar até os 5 anos, os pais da criança descobriram seu talento incrível para as artes e procuraram incentivá-la a desenvolver cada vez mais essas habilidades. Tudo começou quando sua avó lhe ofereceu um cavalete e tintas. Frustrada por não conseguir controlar as tintas, sua mãe encontrou a solução em utilizar um papel na mesa, ao invés do cavalete, e assim Iris encontrava na arte a sua melhor terapia.
Na Inglaterra, a senhorita Iris cria obras de arte incríveis em seu próprio estúdio e trabalho como uma profissional, olhando o trabalho e pensando em cada traço. Sua obra foi comparada até mesmo ao trabalho de Claude Monet, um dos maiores artistas do impressionismo. A jovem já tem inúmeras fãs e compradores, duas das suas obras foram compradas por 1500 Dólares cada e a ideia é fazer uma exposição com os trabalhos da jovem menina. Iris possui seu próprio site Iris Grace e uma página no facebook Iris Grace Painting com mais de 50 mil “curtidas”, na qual todos podem acompanhar seu trabalho e novas notícias.    
Fontes: Catraca Livre & Hypeness

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