PARA OS AUTISTAS ESCUTAREM, TODOS OS DIAS DAS MANHÃES
O poder da música!
Eu e Luiza temos lido a respeito de
muitos autistas que evoluíram através da música Eruditas e outras. Quando Lu
era bebezinho a gente fazia ele dormir cantando e balançando ele no colo e ele
ficava calminho… tempos depois, mesmo antes dele falar, percebemos que ele
tinha sons em sua memória. Falávamos “Oh Tricolor…” e ele completava “hm hm hm
hm” que equivalia a “ô ô ô ô” do hino do São Paulo, na parte certinha da
música.
Mais tarde, quando ele começou a
falar, a gente cantava “Numa folha qualquer, eu desenho um sol…” e ele
completava “agarelo” (ele trocava o “m” pelo “g”) e a gente se emocionava.
Quando ele cantou a primeira música, choramos… era uma língua que só a gente
entendia, mas o ritmo era correto! Isso é realmente maravilhoso, conviver,
vivendo momentos de aprender e compreender o Autista.
Resolvi pesquisar o
porquê de a música fazer tão bem aos autista. O tratamento do autismo não se
limita a só um tipo de terapia. Deve ser multidisciplinar e quanto mais cedo a
criança for adequadamente tratada, melhor qualidade de vida ela terá.
Como a Musicoterapia utiliza a
música, os sons, os instrumentos musicais e outros componentes sonoro-musicais
dispensando o uso da fala, torna-se a primeira técnica de aproximação e a
música funciona como um canal de comunicação (interação paciente-terapeuta)
O processo musico terapêutico
desenvolvido com esses pacientes tem por objetivo minimizar o isolamento e/ou
as fixações e estereotipias típicas da patologia, estimulando a interação
lúdica através do fazer musical. Possui como objetivo principal “abrir um canal
de comunicação” com a criança quer seja através do olhar, do toque (nos
instrumentos) ou da escuta (percepção dos estímulos sonoros).
Neste momento também se oportuniza a
possibilidade de canalizar estereotipias e/ou comportamentos inadequados,
utilizando os instrumentos sonoro-musicais para re-significar ações e/ou
condutas. Não se trata de inibir as estereotipias e/ou fixações, mas de
canalizá-las para a auto expressão, através dos diferentes tipos de interação.
As interações podem ocorrer de
diversas formas e em diversos âmbitos: interações com o instrumental, tendo o
instrumento como objeto intermediário de uma relação, quer seja com o musico terapeuta
e/ou com seus pares; interação com o som/música, quer através de melodias ou
ritmos conhecidos, quer através de sons novos ao seu universo sonoro, buscando
oportunizar a percepção de novas fontes sonoras; interação com o lúdico.
Ouvir uma melodia, pode ser um remédio (Um
bálsamo) tão eficaz, quanto as fórmulas vendidas “enganosamente, por maus profissionais,
nas Farmácias Alopatas. As músicas eruditas de uma forma geral, faz um bem
muito do bem-estar e ainda auxilia no tratamento de muitas doenças de uma certa
maneira – da asma ao câncer, passando por lesões cerebrais. Tudo
cientificamente comprovado.
“A música de um modo em geral, sendo geral,
em sintonias com a tranquilidade, atinge em cheio o sistema límbico, região do
nosso cérebro responsável pelas nossas emoções, pelas motivações e pela
afetividade”, explica a grandiosa pesquisadora e estudiosa, a senhora Maristela
Smith, Coordenadora da Clínica de Musicoterapia das Faculdades Metropolitanas
Unidas (Uni-FMU), em São Paulo. Esse é o ponto chave da musicoterapia: um
método que usa o passado sonoro para tratar males do tipo, que acabamos de citar.
Nos autistas, a música não
verbalizada é decodificada no hemisfério direito do cérebro (subjetivo e
emotivo). Ela se move até o hipotálamo, e passa para o córtex (responsável
pelos estímulos motores e do intelecto). Os sons verbais, no entanto, não
“funcionam” dessa forma porque são registrados no hemisfério esquerdo, na
região cortical (analítica e lógica) diretamente do aparelho auditivo.
Em resumo, no autista, a música
atinge em primeiro lugar a emoção para depois passar para reações físicas, como
o batucar, por exemplo, nas pessoas normais. Dessa forma, o autista consegue
interagir com o terapeuta. Pacientes que sofreram lesão do lado direito do
cérebro, podem ter a percepção melódica comprometida. O tratamento com
musicoterapia, nesse caso, utiliza estímulos sonoros nas adjacências da área
lesada, que criará novas conexões cerebrais.
Participar de uma experiência
musical provoca uma série de processos neurofisiológicos e psicológicos
identificáveis e desenvolve atitudes motoras, perceptivas e cognitivas que
ativam processos afetivos e socialização. Abaixo vocês podem ver o resumo descritivo
de cada tipo de experiência.
Experiências sensoriais: ouvir,
discriminar e reconhecer sons e/ou música
Experiências motoras: executar
instrumentos, mover-se através da música
Experiências emocionais: expressar
estados de ânimo e/ou sentimentos
Experiências cognitivas: atenção,
concentração, memória, análise e síntese
Experiências sociais: participar
de atividades musicais coletivas com relação a produção sonoro-musical de
outras pessoas
Alguns pesquisadores
mencionam que a musicoterapia em crianças autistas pode:
Romper
os padrões de isolamento e abandono social e contribuir para o desenvolvimento
sócio emocional: ao invés de ameaçador, o som e o
contato com o instrumento podem fascinar o autista e ser o intermédio entre o
paciente e o terapeuta. O autista percebe que o instrumento precisa de uma
pessoa para o executar e a barreira pode ser rompida. Pode ser um processo
demorado, mas depois disso, a música pode ser a chave para a evolução do
autista como por exemplo ser uma forma afetiva de ensinar comportamentos
adequados.
Facilitar
a comunicação verbal e não-verbal: a terapia musical pode
facilitar o desejo de comunicação. O autista pode perceber mais facilmente as
notas musicais que a comunicação verbal. Utilizar um instrumento de sopro é uma
forma equivalente a aprender a vocalizar: ajuda a utilizar lábios, boca,
mandíbula e dentes. O uso de padrões melódicos e ritmos fortes também são
benéficos para manter a atenção e compreensão da linguagem falada.
Reduzir
os comportamentos consequentes de problemas de percepção e funcionamento motor: O
autista tem dificuldade de expressar estímulos sensoriais e isso pode ser
melhorado através de atividades rítmicas e musicais.
Facilitar
a auto expressão e promover satisfação emocional: a
música pode desenvolver a curiosidade e interesse para a criança explorar os
estímulos. Pessoas que estão espectro autista têm comportamentos musicais e
esse é um dos indicativos para fazer ela sair do “seu mundo”. (Exemplo: de
comportamentos: repetição de canções, atração por certos sons, timbres ou
fontes sonoras). As atividades propostas são:
Canto: fonte
de segurança emocional e estabilidade, estímulo de várias áreas, é uma via para
a comunicação oral;
Instrumento
musical: comportamento tangível, pode começar com um nível simples e
evoluir para níveis complexos, estimula a liberação de emoções, dá para a
criança uma sensação de vitória. Aumenta a coesão de grupo, habilidades
sociais, atenção, melhora a coordenação motora fina e grossa, coordenação olho
mão, percepção auditiva, visual, tátil e regride o comportamento inadequado;
Movimento
com a música: atividade motora grossa rítmica, locomoção básica,
movimentos psicomotores livres e estruturados, dança, movimentos criativos
combinados com canto ou instrumentos musicais.
O compositor e prodigioso
pianista Franz Liszt disse: “Considerai a arte, não como um meio de satisfazer
ambições egoístas, ou de alcançar uma celebridade estéril, mas como uma forma
que une e sustenta a humanidade”. Acompanhando o progresso da humanidade,
sempre esteve presente a ciência da arte musical, um dos fatores de grande
importância na formação da personalidade do indivíduo é a sua cultura musical.
Não apenas porque desperta a criatividade, mas porque enriquece e desenvolve as
faculdades humanas de um modo geral.
A música contribui e apela para o
desenvolvimento da sensibilidade, inteligência, perseverança, amor,
criatividade, memorização, vontade, autoestima, autodisciplina, improvisação e
muito mais… Proporcionando alegria ao compositor, ao executante e ao ouvinte.
Por todas essas razões, a música é um fator cultural extremamente necessário
para o ser humano. Gregos, árabes, hebreus, hindus, chineses e outros povos da
antiguidade possuem inúmeros documentos referindo-se ao poder terapêutico da
música.
A musicoterapia é aplicável ainda
em várias situações clínicas com certas adaptações, pois atua fundamentalmente
como técnica psicológica, ou seja, reside na modificação dos problemas
emocionais, atitudes, energia dinâmica psíquica, que será o esforço para
modificar qualquer patologia física ou psíquica. Pode ser também coadjuvante de
outras técnicas terapêuticas, abrindo canais de comunicação para que estas
possam atuar eficazmente.
É inegável, o avanço e a enorme
contribuição que a música tem na busca de encontrar formas mais eficientes,
menos tóxicas e invasivas de curar e promover o bem-estar.
O futuro é promissor, com maiores
informações e conhecimentos sobre o impacto que a música exerce no nosso cérebro,
humor e saúde, eventualmente poderemos criar uma seleção personalizada que nos
beneficie, aliando nossa saúde e bem-estar ao prazer, à conexão com a beleza de
viver que a arte da boa música já nos traz.
Fontes: Blog Entendendo a Musicoterapia
Blog Musicoterapia Jardins
Folha on line
Ao Som da Mente
Monografia Musicoterapia no Tratamento de Crianças com Perturbação do Espectro do Autismo
Creative Ideias
Caminhos do Autismo
Blog Buddhaspa
Imagem nota musical-cérebro: Educação Adventista
Blog Musicoterapia Jardins
Folha on line
Ao Som da Mente
Monografia Musicoterapia no Tratamento de Crianças com Perturbação do Espectro do Autismo
Creative Ideias
Caminhos do Autismo
Blog Buddhaspa
Imagem nota musical-cérebro: Educação Adventista
VEJA OS VÍDEOS
Tsung Tsung Amazing Piano Prodigy Grade5 Piano (5Age) -
Flood Tim
Menina autista de 5
anos cria pinturas impressionantes
Essa é a história da
inglesa Iris Grace, de apenas 5 anos que foi diagnosticada quando
tinha um ano de idade com autismo (um distúrbio neurológico que pode
prejudicar a capacidade das pessoas de interagirem socialmente). Mesmo sem ter
aprendido a falar até os 5 anos, os pais da criança descobriram seu talento
incrível para as artes e procuraram incentivá-la a desenvolver cada vez mais
essas habilidades. Tudo começou quando sua avó lhe ofereceu um cavalete e
tintas. Frustrada por não conseguir controlar as tintas, sua mãe encontrou a
solução em utilizar um papel na mesa, ao invés do cavalete, e assim Iris
encontrava na arte a sua melhor terapia.
Na
Inglaterra, a senhorita Iris cria obras de arte incríveis em seu próprio
estúdio e trabalho como uma profissional, olhando o trabalho e pensando em cada
traço. Sua obra foi comparada até mesmo ao trabalho de Claude Monet, um dos
maiores artistas do impressionismo. A jovem já tem inúmeras fãs e compradores,
duas das suas obras foram compradas por 1500 Dólares cada e a ideia é fazer uma
exposição com os trabalhos da jovem menina. Iris possui seu próprio site Iris
Grace e uma página no facebook Iris
Grace Painting com mais de 50 mil “curtidas”, na qual todos
podem acompanhar seu trabalho e novas notícias.
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