Sinais de autismo podem ser
detectados por contato visual
Crianças
autistas sentem mais dificuldade em falar sobre suas emoções enquanto olham nos
olhos
Pessoas persuasivas e boas oradoras
sabem que olhar nos olhos é uma importante estratégia de comunicação. Manter
contato visual facilita a compreensão do que a outra fala, passa a impressão de
que se está atento, seguro e é uma arma de convencimento bastante eficaz.
Cientes disso, pesquisadores da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos,
analisaram o olhar de crianças com, e sem autismo, para reconhecer sinais
do transtorno. Os cientistas conversaram por Skype com 37 crianças entre 6 e 12
anos - 18 delas autistas.
Eles utilizaram um detector de
movimentação do olhar chamado Mirametrix S2 que identifica a localização das
posições oculares através de luzes infravermelhas. A conversa começou com temas
práticos, como gostos e rotina. Em seguida, para testar se outros assuntos
mudavam a direção do olhar, o papo evoluiu para aspectos emocionais, como o que
deixa a criança feliz, assustada ou triste.
Na primeira parte do experimento,
as crianças responderam olhando nos olhos do entrevistador. Mas quando
precisaram contar como se sentiam, os autistas focaram na boca de quem estava
falando e não mais no olhar. A autora do estudo, Tiffany Hutchins, afirma que
as conversas emocionais demandam mais das funções cognitivas. Por isso, quando
perguntadas sobre medos, os autistas, já sobrecarregados, fugiram com o olhar
para um ponto mais neutro, com menos informações para processar que a região
dos olhos.
Olhos nos olhos, quero ver o
que você diz - Exemplo: nº 01
As crianças autistas dão muita importância ao que se fala. Com a
mudança de foco ocular, elas perdem a chance de entender os significados das
expressões faciais e não captam informações subjetivas relevantes transmitidas
pelo olhar. Equipe responsável pela pesquisa espera que essas descobertas
alterem a forma como os terapeutas tratam estudantes autistas. "Alguns
programas de desenvolvimento de habilidades sociais sugerem que as crianças
mantenham contato visual durante a interação, mas essa prática pode ser
contraproducente e deixá-las nervosas, dispersas e ansiosas", afirma
Hutchins.
Exemplo:
nº 02
As crianças autistas mudam de foco ocular, elas perdem a chance
de entender os significados das expressões faciais e não captam informações
subjetivas relevantes transmitidas pelo olhar, elas dão muita importância ao
que se fala, e não percebem todo o contexto das falas. A equipe responsável
pela pesquisa espera que essas descobertas alterem a forma como os terapeutas
tratam os estudantes autistas. Hutchins afirma que “alguns programas de
desenvolvimento de habilidades sociais sugerem que as crianças mantenham
contato visual durante a interação, mas essa prática pode ser contraproducente
e deixa-las nervosas, dispersas e ansiosas”.
Grupo antivacinação patrocina estudo... que não encontra nenhuma relação
entre vacinas e autismo
UMA
HISTÓRIA DE TRANSFORMAÇÃO
Reconhecida pelo Prêmio Acolher, a Consultora Natura Eufrásia Agizzio há
5 anos fundou a AMAI-SBO, que atende crianças com autismo em Santa Bárbara do
Oeste – SP
"Tenho um filho autista, e as dificuldades que passei com ele me
motivaram a participar do grupo fundador da Associação de Monitoramento dos
Autistas Incluídos em Santa Barbara D’Oeste (AMAI-SBO). Senti necessidade
de dividir com outros pais os relatos do nosso dia a dia, as dificuldades sobre
diagnóstico, medicação, alimentação, inclusão, identificação de profissionais
especializados e a divulgação de uma ação civil pública cobrando do Estado o
tratamento devido aos autistas. Foi dessa forma que tudo começou, em 2011. E
desde julho de 2013 integro o Conselho Nacional de Assistência Social, indicada
pela Associação Brasileira de Autismo (ABRA)", conta
Eufrásia Agizzio uma das fundadoras da AMAI-SBO.
A AMAI-SBO trabalha para identificar o número de pessoas acometidas com
a síndrome de autismo no município de Santa Bárbara d’Oeste, para em seguida
lutar pelo diagnóstico precoce, atendimento especializado, inclusão das pessoas
com TEA (Transtorno do Expecto do Autismo) em escolas regulares, tratamento
multidisciplinar e recebimento de medicação gratuita, além do acompanhamento
psiquiátrico, psicológico, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e da
pedagogia. É possível: autismo é tratável.
CONQUISTAS E DESAFIOS DA AMAI-SBO
- Hoje, nossa associação atende 20 crianças. Por meio de uma doação em
dinheiro foi possível a compra da sede própria da AMAI, – uma casa de quatro
quartos – que passará por uma reforma, em breve, para a construção de dois
banheiros adaptados e uma sala de estímulo sensorial.
- Somos reconhecidos como associação de utilidade pública municipal,
estadual e federal, encaminhamos a documentação para CEBAS (Certificação de
Entidades Beneficentes de Assistência Social).
- Fomos reconhecidos pelo Programa Acolher em 2013, com o prêmio de 5
mil reais. Com este dinheiro, compramos quatro iPads para serem usados na
AMAI-SBO.
- Hoje trabalhamos com uma assistente social, uma pedagoga, uma
terapeuta ocupacional, psicóloga e fonoaudióloga, que são pagas, em parte, com
o dinheiro de um convênio com a prefeitura e duas empresas privadas. Para
completar nossa renda, vendemos pizzas, arrecadamos Nota Fiscal Paulista,
cobramos taxas de inscrição dos participantes da Corrida e Caminhada pela
Inclusão – que promovemos uma vez por ano – e recebemos algumas doações. Nossa
diretoria é toda voluntária.
- O atendimento às crianças é individual e se dá duas vezes por semana,
por 40 minutos cada terapia –. O ideal é que as crianças pudessem ir à
associação três vezes por semana, mas não temos como aumentar a equipe de
profissionais por falta de recursos.
- Nossa maior dificuldade é ampliar a equipe e consequentemente diminuir
a fila de espera.
PRÓXIMO EVENTO - Será realizado uma sessão de cinema
para as pessoas com autismo e suas famílias. Data: 02/04 |Horário: 15h
|Local: Estação Cultural Santa Bárbara d´Oeste/SP. Você pode
encontrar mais informações sobre a AMAI-SBO no site: www.amaisbo.org.br
Como identificar os primeiros sinais do TEA (Transtorno do Espectro
Autista)
Os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) são transtornos do
desenvolvimento que incluem o Autismo, a Síndrome de Asperger e o Transtorno
Global do Desenvolvimento sem Outra Especificação. Sendo diagnosticada nos
primeiros anos de vida, a síndrome pode ser tratada com mais eficácia. Descubra
como reconhecer os primeiros sinais de TEA.
IDADE
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INTERAÇÃO SOCIAL
|
LINGUAGEM
|
BRINCADEIRAS
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0/6 meses
|
- Crianças c/ TEA não buscam c/ o olhar pelo seu cuidador
- Prestam mais atenção à objetos do que pessoas
|
- Ignoram ou não reconhecem a fala humana dos que o cuidam
- Tendem ao silêncio ou gritos aleatórios
- Choro indistinto não é distinguível se é fome ou birra. Choro
duradouro sem ligação aparente com eventos ou pessoa
|
- Não exploram objetos e suas formas (Sacudir, atirar, bater)
|
6/12 meses
|
- Nesta fase as crianças fazem gestos para pedir colo ou imitando os
adultos. Crianças c/ TEA, tem dificuldade em reproduzir o comportamento
|
- Não respondem pelo nome, só reagem após insistência ou toque
- Não manifestam expressões faciais c/ significado
- Nesta fase é de se esperar que as crianças ajam como se conversassem
respondendo c/ gritinhos e balbucios, crianças com TEA não agem desta maneira
|
- Precisam de muita insistência dos adultos para se engajar em
brincadeiras
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12/18 meses
|
- Não apontam p/objetos e não mostram quais objetos despertam sua
curiosidade
|
- Dificuldade em compreender novas situações fora do cotidiano
- Apresentam menos variações das expressões faciais ao se comunicar.
Exprimem alegria, raiva ou frustações, mas não surpresa ou vergonha
|
- O jogo de faz-de-conta, surge por volta dos 15 anos, em geral isso
não ocorre no TEA
- Exploram menos objetos que outras crianças e tendem a fixar-se em
uma ação repetitiva do que explorar as funções dos objetos. Não empurram o
carrinho, mas ficam girando uma das rodinhas
|
CONTINUAÇÃO
18/24 meses
|
- Não
seguem o olhar do outro ou o apontar para um objeto. Podem olhar para o dedo
que aponta, mas não fazem a conexão de algo sendo mostrado por alguém
- Não
se interessam em pegar objetos oferecidos por pessoas familiares
|
-
Gesticulam menos que outras crianças ou utilizam os gestos aleatoriamente.
Podem também não ter aprendido a dizer sim e não com gestos de cabeça
- A
Linguagem não desenvolve, não exploram a fala e tendem a repetir o que
escutam. Fala repetitiva e sem autonomia
|
- Não
imitam ações dos adultos, não se interessam em brincar de casinha ou
representar papéis
- Não
brincam com o que o objeto representa, e podem se interessar mais em um
aspecto do objeto como girar a rodinha
|
24/36 meses
|
-
Gestos e comentários em respostas aos adultos tendem a ser isolados. Raras
iniciativas em apontar, mostrar ou dar objetos
|
- A
fala tende a ser a repetição da fala de outra pessoa
-
Desinteresse em narrativas do cotidiano e diálogo com pais
- Não
fazem distinção de gênero, número e tempo verbal da fala. Tendem a repetir
aleatoriamente, não em diálogo com o adulto
|
-
Tendem a se afastar das outras crianças ou limitar-se a observá-las a
distância
-
Quando aceitam brincar com outras crianças tem dificuldade em entendê-las
|
Fonte: AMAI-SBO Associação
de Monitoramento dos Autistas Incluídos em Santa Bárbara d´Oeste
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