Primeiro dia de aulas na UnB. Multidões circulando pelo campus, colegas se reencontrando e até mesmo trotes fizeram parte dos primeiros momentos de vários calouros. No meio desse mar de gente, estava Henrique José Melo da Cruz, 21 anos, calouro de Geografia. O menino de riso fácil parece ligado todo tempo, vendo tudo e todos. Gosta de falar e tem ótimo vocabulário.
Por isso, alguns estranham quando se descobre que ele é autista – uma condição que afeta mais de um milhão de pessoas no Brasil e ainda é pouco entendida. A doença resulta de falhas na comunicação entre os neurônios e interfere na comunicação, na linguagem, na capacidade de interação e no comportamento.
Depois de anos acompanhado por psicólogos, Henrique tem plena consciência das suas deficiências e não faz mais tratamento. Agora as barreiras são aquelas que muitos jovens atravessam, mas que para ele são ainda maiores, como a falta de atenção. Na segunda aula do dia, de Introdução à Filosofia, impressionou-se com a quantidade de textos da disciplina. “Vou me focar mais do que o normal para ultrapassar essas dificuldades”, diz.
A mãe, Reginalda da Cruz, veio à UnB com Henrique na sexta-feira para andar pelo campus. Ela acredita plenamente na capacidade do filho. Hoje de manhã, Henrique fez tudo sozinho: saiu de Samambaia, onde mora pegou ônibus, assistiu às aulas e voltou. “Ele vai conseguir se virar”, diz Reginalda. Ela já procurou apoio do Programa de Apoio aos Portadores de Necessidades Especiais da UnB, que existe desde 1999, para auxiliar o filho.
Quem vê ou conversa com Henrique pode não acreditar que ele tem dificuldades típicas de um autista, como convívio social e comportamentos repetitivos. Isso porque a evolução de sua condição foi espantosa. Henrique não falava uma palavra sequer até os seis anos e por muito tempo a família achava que o seu futuro estava comprometido.
A mãe percebeu a doença quando ele completou um ano e parecia deprimido. Com três, veio o diagnóstico de autismo, o que deixou os pais “apavorados”. “Tivemos medo do futuro, de ver nosso filho sofrer, de que ele não tivesse condições de ser independente. E tudo isso causou uma grande instabilidade em nossas vidas”, diz Reginalda.
Depois do acompanhamento no Centro de Orientação Médico Psicopedagógico da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e de entrar em uma turma especial na escola, Henrique começou a surpreender. O menino que não falava começou a escrever e entrou para a primeira série com 10 anos. Na escola, aprendeu a jogar futebol e apaixonou-se pelo Palmeiras. Fez amigos com os quais sai até hoje, alguns deles colegas de UnB. Leem jornais, livros e participa de grupos de teatro.
O diagnóstico de Henrique ainda está em aberto. Sua evolução pode denotar tanto um autismo de bom funcionamento (quando não há um comprometimento da inteligência) ou a Síndrome de Asperger. Essa síndrome também carece de estudos mais profundos. Segundo Patrícia Maretti, psicóloga do Hospital Universitário de Brasília e aluna especial de um grupo de estudo sobre Autismo no curso de Psicologia Clínica, somente há cinco anos a doença começou a ser entendida.
Um Asperger tem dificuldades de entender linguagem figurada e ironias, tem menos capacidades sociais, mas costumam ser muito bons em determinados assuntos. Por isso, conseguem se sobressair e alguns são até considerados superdotados.
Estudos mostram que Albert Einstein e Isaac Newton tinham traços de doença, por isso o outro nome, “Síndrome do Gênio”. “Há diferentes graus de Asperger. Alguns com uma doença mais leve conseguem superá-la”, diz Patrícia. “As escolas precisam cada vez mais saber lidar com essas pessoas, com acompanhamento terapêutico, para usufruir dessa inteligência”, diz. O tratamento costuma aliar medicamentos e acompanhamento psicológico.
UNIVERSIDADE - Apesar de todas essas conquistas e com autoestima elevada, Henrique ainda tinha receio em relação ao seu potencial. Estava no meio do terceiro ano quando decidiu fazer à prova para Geografia. “Mas já esperava passar por um cursinho antes de entrar na universidade”, diz. Quando viu seu nome na lista de primeira chamada custou a acreditar. Mesmo assim foi a um cursinho supletivo, conseguiu o diploma e hoje está pronto para traçar um destino que poucos imaginavam. Henrique passou em Geografia por meio do sistema de cotas para negros.
Ele já faz planos para sua nova vida universitários. Quer se aprofundar em assuntos dos quais gosta, como Climatologia e Geopolítica. E irá se esforçar em dobro naqueles que não domina, como Geologia. Henrique quer ter a experiência plena da UnB. Planeja conhecer o Centro Acadêmico e jogar futebol no Centro Olímpico. Também espera encontrar uma “alma gêmea” e fazer novos amigos. A universidade será o lugar perfeito para saciar uma das características que o fez superar a sua condição: a vontade de perguntar e aprender.
NESTE COFRE SÓ ENTRA BILHÕES E TRILHÕES. OS PAIS DE AUTISTAS NÃO SABEM DO SEU DINHEIRO DOS IMPOSTOS.
O Imposto para quem não sabe, é um painel luminoso que registra todos os impostos arrecadados pela União, Estados e Municípios, ou seja, ele faz uma estimativa da quantidade de impostos que os brasileiros pagaram e pagam em Tempo Real.
Este painel luminoso você poderá visualizar a quantidade de impostos pagos durante o ano letivo, no mês, no dia, por hora, por minutos e por segundos, ainda você tem a opção de saber quanto de impostos cada Estado, Município estão pagando.
O Brasil é um dos países que mais paga impostos, se não for o mais. Por tanto, o ano ainda nem terminou e o governo já arrecadou mais de R$ 1 trilhão (Um trilhão de reais).
Agora uma pergunta fica no ar: Será que o Brasil não pode custear um tratamento para Autistas mensal? A nossa Excelentíssima Presidente do Brasil, Dilma, deveria ter um olhar brilhante para este fim e, no entanto o governo não está nem aí para os Autistas.
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