02 D E A B R I L

sexta-feira, 27 de maio de 2016

SINAIS DOS OLHOS

Sinais de autismo podem ser detectados por contato visual
Crianças autistas sentem mais dificuldade em falar sobre suas emoções enquanto olham nos olhos
Pessoas persuasivas e boas oradoras sabem que olhar nos olhos é uma importante estratégia de comunicação. Manter contato visual facilita a compreensão do que a outra fala, passa a impressão de que se está atento, seguro e é uma arma de convencimento bastante eficaz. Cientes disso, pesquisadores da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, analisaram o olhar de crianças com, e sem autismo, para reconhecer sinais do transtorno. Os cientistas conversaram por Skype com 37 crianças entre 6 e 12 anos - 18 delas autistas.
Eles utilizaram um detector de movimentação do olhar chamado Mirametrix S2 que identifica a localização das posições oculares através de luzes infravermelhas. A conversa começou com temas práticos, como gostos e rotina. Em seguida, para testar se outros assuntos mudavam a direção do olhar, o papo evoluiu para aspectos emocionais, como o que deixa a criança feliz, assustada ou triste.
Na primeira parte do experimento, as crianças responderam olhando nos olhos do entrevistador. Mas quando precisaram contar como se sentiam, os autistas focaram na boca de quem estava falando e não mais no olhar. A autora do estudo, Tiffany Hutchins, afirma que as conversas emocionais demandam mais das funções cognitivas. Por isso, quando perguntadas sobre medos, os autistas, já sobrecarregados, fugiram com o olhar para um ponto mais neutro, com menos informações para processar que a região dos olhos.
Olhos nos olhos, quero ver o que você diz - Exemplo: nº 01
As crianças autistas dão muita importância ao que se fala. Com a mudança de foco ocular, elas perdem a chance de entender os significados das expressões faciais e não captam informações subjetivas relevantes transmitidas pelo olhar. Equipe responsável pela pesquisa espera que essas descobertas alterem a forma como os terapeutas tratam estudantes autistas. "Alguns programas de desenvolvimento de habilidades sociais sugerem que as crianças mantenham contato visual durante a interação, mas essa prática pode ser contraproducente e deixá-las nervosas, dispersas e ansiosas", afirma Hutchins. 
Exemplo: nº 02
As crianças autistas mudam de foco ocular, elas perdem a chance de entender os significados das expressões faciais e não captam informações subjetivas relevantes transmitidas pelo olhar, elas dão muita importância ao que se fala, e não percebem todo o contexto das falas. A equipe responsável pela pesquisa espera que essas descobertas alterem a forma como os terapeutas tratam os estudantes autistas. Hutchins afirma que “alguns programas de desenvolvimento de habilidades sociais sugerem que as crianças mantenham contato visual durante a interação, mas essa prática pode ser contraproducente e deixa-las nervosas, dispersas e ansiosas”.
Grupo antivacinação patrocina estudo... que não encontra nenhuma relação entre vacinas e autismo
UMA HISTÓRIA DE TRANSFORMAÇÃO
Reconhecida pelo Prêmio Acolher, a Consultora Natura Eufrásia Agizzio há 5 anos fundou a AMAI-SBO, que atende crianças com autismo em Santa Bárbara do Oeste – SP
"Tenho um filho autista, e as dificuldades que passei com ele me motivaram a participar do grupo fundador da Associação de Monitoramento dos Autistas Incluídos em Santa Barbara D’Oeste (AMAI-SBO).  Senti necessidade de dividir com outros pais os relatos do nosso dia a dia, as dificuldades sobre diagnóstico, medicação, alimentação, inclusão, identificação de profissionais especializados e a divulgação de uma ação civil pública cobrando do Estado o tratamento devido aos autistas. Foi dessa forma que tudo começou, em 2011. E desde julho de 2013 integro o Conselho Nacional de Assistência Social, indicada pela Associação Brasileira de Autismo (ABRA)"conta Eufrásia Agizzio uma das fundadoras da AMAI-SBO.
A AMAI-SBO trabalha para identificar o número de pessoas acometidas com a síndrome de autismo no município de Santa Bárbara d’Oeste, para em seguida lutar pelo diagnóstico precoce, atendimento especializado, inclusão das pessoas com TEA (Transtorno do Expecto do Autismo) em escolas regulares, tratamento multidisciplinar e recebimento de medicação gratuita, além do acompanhamento psiquiátrico, psicológico, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e da pedagogia. É possível: autismo é tratável.
CONQUISTAS E DESAFIOS DA AMAI-SBO
- Hoje, nossa associação atende 20 crianças. Por meio de uma doação em dinheiro foi possível a compra da sede própria da AMAI, – uma casa de quatro quartos – que passará por uma reforma, em breve, para a construção de dois banheiros adaptados e uma sala de estímulo sensorial.
- Somos reconhecidos como associação de utilidade pública municipal, estadual e federal, encaminhamos a documentação para CEBAS (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social).
- Fomos reconhecidos pelo Programa Acolher em 2013, com o prêmio de 5 mil reais. Com este dinheiro, compramos quatro iPads para serem usados na AMAI-SBO.
- Hoje trabalhamos com uma assistente social, uma pedagoga, uma terapeuta ocupacional, psicóloga e fonoaudióloga, que são pagas, em parte, com o dinheiro de um convênio com a prefeitura e duas empresas privadas. Para completar nossa renda, vendemos pizzas, arrecadamos Nota Fiscal Paulista, cobramos taxas de inscrição dos participantes da Corrida e Caminhada pela Inclusão – que promovemos uma vez por ano – e recebemos algumas doações. Nossa diretoria é toda voluntária.
- O atendimento às crianças é individual e se dá duas vezes por semana, por 40 minutos cada terapia –. O ideal é que as crianças pudessem ir à associação três vezes por semana, mas não temos como aumentar a equipe de profissionais por falta de recursos.
- Nossa maior dificuldade é ampliar a equipe e consequentemente diminuir a fila de espera.

PRÓXIMO EVENTO - Será realizado uma sessão de cinema para as pessoas com autismo e suas famílias. Data: 02/04 |Horário: 15h |Local: Estação Cultural Santa Bárbara d´Oeste/SP. Você pode encontrar mais informações sobre a AMAI-SBO no site: www.amaisbo.org.br
Como identificar os primeiros sinais do TEA (Transtorno do Espectro Autista)

Os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) são transtornos do desenvolvimento que incluem o Autismo, a Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento sem Outra Especificação. Sendo diagnosticada nos primeiros anos de vida, a síndrome pode ser tratada com mais eficácia. Descubra como reconhecer os primeiros sinais de TEA.
IDADE
INTERAÇÃO SOCIAL
LINGUAGEM
BRINCADEIRAS
0/6 meses
- Crianças c/ TEA não buscam c/ o olhar pelo seu cuidador
- Prestam mais atenção à objetos do que pessoas
- Ignoram ou não reconhecem a fala humana dos que o cuidam
- Tendem ao silêncio ou gritos aleatórios
- Choro indistinto não é distinguível se é fome ou birra. Choro duradouro sem ligação aparente com eventos ou pessoa
- Não exploram objetos e suas formas (Sacudir, atirar, bater)
6/12 meses
- Nesta fase as crianças fazem gestos para pedir colo ou imitando os adultos. Crianças c/ TEA, tem dificuldade em reproduzir o comportamento
- Não respondem pelo nome, só reagem após insistência ou toque
- Não manifestam expressões faciais c/ significado
- Nesta fase é de se esperar que as crianças ajam como se conversassem respondendo c/ gritinhos e balbucios, crianças com TEA não agem desta maneira
- Precisam de muita insistência dos adultos para se engajar em brincadeiras
12/18 meses
- Não apontam p/objetos e não mostram quais objetos despertam sua curiosidade
- Dificuldade em compreender novas situações fora do cotidiano
- Apresentam menos variações das expressões faciais ao se comunicar. Exprimem alegria, raiva ou frustações, mas não surpresa ou vergonha
- O jogo de faz-de-conta, surge por volta dos 15 anos, em geral isso não ocorre no TEA
- Exploram menos objetos que outras crianças e tendem a fixar-se em uma ação repetitiva do que explorar as funções dos objetos. Não empurram o carrinho, mas ficam girando uma das rodinhas

CONTINUAÇÃO 
18/24 meses
- Não seguem o olhar do outro ou o apontar para um objeto. Podem olhar para o dedo que aponta, mas não fazem a conexão de algo sendo mostrado por alguém
- Não se interessam em pegar objetos oferecidos por pessoas familiares
- Gesticulam menos que outras crianças ou utilizam os gestos aleatoriamente. Podem também não ter aprendido a dizer sim e não com gestos de cabeça
- A Linguagem não desenvolve, não exploram a fala e tendem a repetir o que escutam. Fala repetitiva e sem autonomia
- Não imitam ações dos adultos, não se interessam em brincar de casinha ou representar papéis
- Não brincam com o que o objeto representa, e podem se interessar mais em um aspecto do objeto como girar a rodinha
24/36 meses
- Gestos e comentários em respostas aos adultos tendem a ser isolados. Raras iniciativas em apontar, mostrar ou dar objetos
- A fala tende a ser a repetição da fala de outra pessoa
- Desinteresse em narrativas do cotidiano e diálogo com pais
- Não fazem distinção de gênero, número e tempo verbal da fala. Tendem a repetir aleatoriamente, não em diálogo com o adulto
- Tendem a se afastar das outras crianças ou limitar-se a observá-las a distância
- Quando aceitam brincar com outras crianças tem dificuldade em entendê-las
Fonte: AMAI-SBO Associação de Monitoramento dos Autistas Incluídos em Santa Bárbara d´Oeste

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